![]() Durante muito tempo a cultura das instituições comerciais bradava aos quatro ventos em processos seletivos: “não queremos chefes, precisamos de líderes!”. Influenciada pela campanha militar nas organizações, desde a febre de Sun Tzu, abraçaram a causa da hierarquia emocional. Mas o mito do líder perfeito logo foi desvendado e as empresas caíram em si: um líder sem uma chefia efetiva e gerenciamento pleno não se encaixa em qualquer sistema organizacional. Não queremos chefes, precisamos de líderes! O clamor inicial por líderes na ponta das equipes e no cuidado humano diário dentro das empresas foi genuíno, e teve raízes em teorias ideais e necessidades gritantes. Companhias de qualquer segmento necessitam de chefes que consigam produzir muito mais que relatórios e atingir muito mais do que metas mínimas de trabalho. Era preciso alguém que os profissionais de primeiro escalão escolhessem seguir, e respeitassem muito mais à tolerância mínima, que por sua vez era gerada pelo medo de perder o emprego. Numa ressonância de ideias e num tempo coincidente, as ideias militares de tratamento humano e sucesso rápido atingiram as salas de aula e as mesas dos recrutadores. Devido à óbvia competitividade do meio comercial, de repente as empresas acreditaram que soluções militares simples e táticas dos tempos de guerra solucionariam seus problemas urgentes. E foi então que a figura do líder se destacou. As instituições começaram a vislumbrar que suas equipes e setores seriam levados ao sucesso iminente por esse profissional com talento nato, e que ele poderia mudar a relação definitiva das marcas com seus colaboradores. Na prática, o líder não seria alguém para cobrar prazos, metas e desempenho: ele seria o exemplo no qual os seus subordinados se espelhariam em motivação e esforço, celebrando uma nova fase de união em prol de resultados efetivos. Durante tempos de sucesso e crise muitas empresas deixaram que sua bandeira fosse hasteada pelos novos líderes, e alteraram seus protocolos numa confiança total à nova esperança humana. Mas a prática dos resultados e fatores matemáticos concretos duvidaram de repente da capacidade daquele tipo de profissional para aproximar uma instituição do seu sucesso. O conjunto dos empregados, no geral, tinha aceitado a motivação e tomado para si a responsabilidade dos resultados, mas a falta de gerência teórica ameaçava a continuidade dessa centelha tão esperada. Sem o conhecimento técnico e visão de conjunto de alguns líderes, que deixavam a desejar na essência de chefe, históricos de resultados e a redistribuição de tarefas puramente teóricas se perdiam no cotidiano. E, mesmo que os líderes e mais ainda seus subordinados desejassem, os setores nunca deixariam de depender desse teor burocrata. Foi assim o início de uma segunda reviravolta no capítulo dos chefes e líderes. Com uma flexibilidade serena diferente da euforia militar, muitas empresas sairiam em busca do profissional completo. Aquele que, portando seu diploma como atestado à sua aptidão para o controle de uma equipe, com intimidade com os relatórios e planilhas, ainda sim consegue motivar uma equipe e vestir o exemplo da dedicação à causa de quem paga o seu salário. Mas não seria esse o início de uma nova era de garimpagem por redes e anúncios: seria apenas uma nova e clara mensagem para todos os aspirantes à cadeira que ficaria vaga. Sucesso e paz! Vânia Nacaxe
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Vânia Bastos NacaxeConsultora organizacional, com foco em qualidade de vida. Administradora de Empresas, Palestrante, Moderadora de Cursos, com especialização em Marketing; Técnica de Desenvolvimento Gerencial; Técnica de Vendas; Secretariado, Gerencia Geral, Liderança, Gestão de Pessoas e Psicopedagogia. Arquivo
Outubro 2017
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